domingo, 4 de junho de 2017

Águas passadas

Sempre tive problemas pra esquecer as coisas, isso num geral. Nos meus grupos de amigos, eu sempre sou aquele que fica relembrando coisas legais que fizemos no passo: "ah lembra aquela vez que saímos pra tal lugar... Foi tão legal". Isso, até certo ponto, é bom. Faz com que eu sempre me lembre de coisas boas que aconteceram comigo e com as pessoas ao meu redor.
Acontece que eu acabo levando essa "nostalgia" (em aspas por que não sei esse posso usar esse termo pra esse texto) para outros lados.
 É bem complicado escrever sobre isso, mas falar sobre isso é o primeiro passo para exorcizar esse sentimento ruim. Eu sou rancoroso. Tenho uma imensa dificuldade em esquecer o mal que as pessoas já me fizeram, mesmo que tenha sido há anos.
Um exemplo é a minha relação com as pessoas que fizeram bullying comigo quando eu era criança ou adolescente. Eu não tenho nenhuma relação com tais pessoas hoje em dia e evito ter. Pra mim essas pessoas são más. Minha intenção não é ser a vítima, até por que eu já fiz bullying também. A questão é que eu simplesmente não me esqueço de males passado.
Isso não faz mal a eles, mas a mim. Guardar mágoas é ruim pra saúde mental de qualquer um. É por esse motivo que é necessário não esquecer, mas ao menos relevar, não remoer mágoas. Afinal, águas passadas não movem moinhos.

domingo, 9 de abril de 2017

Felicidade solitária

Desde crianças somos ensinados que precisamos conviver em sociedade e que "nenhum homem é uma ilha", sendo assim, precisamos de alguém quase que sempre. Por aprendermos algo tão cedo, acabamos levando essa "regra" para nossa vida pós-infância e nos acostumando que precisamos ter alguém ao nosso lado, que precisamos de alguém para sermos felizes.
Comigo isso aconteceu de uma forma diferente. Fui criado apenas por minha mãe e não tenho irmãos, e apesar de ter vários primos, moramos longe. Ou seja, desde pequeno aprendi a conviver com a minha própria companhia, nunca vendo isso como um problema, mas, sim, como uma vantagem.
Contudo, em certa parte da vida, procurei sempre a companhia de outra pessoa para poder me sentir completo, seja essa pessoa um colega/amigo, ou namorado. Eu só queria sair para tomar sorvete, cinema ou praça se fosse acompanhado de alguém. Acabei me sentindo sozinho de qualquer forma.
Então duas coisas, que pode parecer banais, aconteceram: eu ouvi "Happy" da Marina and The Diamonds e assisti ao filme "Como ser solteira". Basicamente, a mensagem que ambos passam é que não precisamos de alguém para nos trazer felicidade ou nos completar. É clichê, mas a felicidade parte de dentro da gente, e mesmo que estejamos sozinhos numa mesa de bar, porém felizes, estaremos bem.
Ninguém nos trás mais felicidade do que nós mesmos, pois somos os responsáveis pelos caminhos que tomamos na vida. Namorados se vão, assim como certos amigos, e mesmos que alguém continuem por perto, apenas você continua ali, dono de si. Não existe companhia melhor do que a sua própria.

"I found what I've been looking for in myself" - Happy, Marina and The Diamonds

Em nossas mãos

Nunca foi tão importante compartilhar momentos nossos, com o mundo, quanto agora. Eu percebo que há uma necessidade de mostrarmos para os nossos seguidores e amigos o que estamos fazendo e com quem estamos; e o pior: fazemos isso sem nos darmos conta de que acaba sendo prejudicial para nós.
Deixamos de curtir um show ou evento para filmarmos e publicarmos no instagram/snapchat, quase como se fosse uma necessidade de dizer "olha, eu estou fazendo alguma coisa!". Ou perdemos mais tempo tentando tirar aquela foto perfeita com os amigos do que de fato curtindo aquele momento único, que pode demorar para acontecer de novo.
Parece hipocrisia da minha parte criticar esse estilo de vida, mas eu o vivencio quase que sempre. Quando eu saio pra beber com amigos "preciso" tirar foto daquele lugar em que estou, esse é um exemplo. E apesar de tentar ao máximo me desligar disso, é bem difícil, e acredito que outras pessoas também podem achar difícil.
É interessante o quão algemados estamos a estes dispositivos que estão em nossas mãos. Parece ser simples deixar de lado por algumas horas, mas já virou um rotina destravar o celular e ver o que tá se passando nas rede sociais.
Quando comprei meu primeiro smartphone, pasmem, em 2014, eu era extremamente viciado em tirar fotos de mim, dos meus amigos e do local em que eu estava, para publicar no snapchat (muito usado naquela época), ou ficar conversando com alguém pelo whatsapp. Até que eu notei que eu não estava curtindo de verdade o momento e aí decidi fazer o seguinte: não colocaria créditos no celular para ter acesso à internet móvel, assim, eu evitaria postar qualquer coisa(além de economizar).
Hoje, eu vejo o quão bom foi ter tomado essa iniciativa. Fico pasmo quando saio com amigos e eles ficam usando o celular ao invés de conversar ou interagir.
Então, você prefere compartilhar ou desfrutar do momento?

terça-feira, 14 de março de 2017

Intensidade.

Vivemos num tempo onde demonstrar sentimentos é correr o risco de parecer desesperado por algum relacionamento, e ainda enaltecemos a pose do "se faz de desinteressado". Quem nunca recebeu uma mensagem e esperou uns cinco minutinhos para responder só para fazer um charme, ou então pra se mostrar ocupado? É o famoso joguinho do interesse/desinteresse que, infelizmente, estamos acorrentados direta ou indiretamente.
Cê conhece alguém na balada, rola um clima e uma troca de olhares, mas tem que ter um tempo, uma maneira de chegar, como se fosse uma dança do acasalamento. Conversam, mas ainda sim rola aquela dúvida: "Se eu ficar com ele agora, vou ser muito oferecida?" ou "Não é melhor esperar mais para podermos ficar?".
E mesmo você não fazendo ou jogando esse tipo de jogo, você acaba sendo refém dele, ao tentar se relacionar com alguém que gosta disso.
Pessoalmente, eu tento ao máximo me desfazer dessa concepção e tentar ser o mais verdadeiro possível, de acordo com meus sentimentos. Tento ser intenso, na medida certa. E você? Qual foi a última vez que você foi intenso?